Um dado preocupante sobre a primeira infância em Minas Gerais: dos 853 municípios do estado, apenas 21 alcançaram o nível mais alto no Prisma, indicador criado pelo Tribunal de Contas de Minas Gerais (TCEMG) para avaliar a qualidade e o cumprimento das políticas públicas voltadas a crianças de 0 a 6 anos. O índice foi apresentado pelo conselheiro-presidente Durval Ângelo e sua equipe técnica nesta terça-feira (5) e analisa três dimensões: Educação, Saúde e Proteção/Parentalidade.
O Prisma considera tanto a disponibilidade e a qualidade das políticas quanto a consistência das informações fornecidas pelas prefeituras, permitindo uma análise mais justa e ajustável à realidade de cada região. A partir da média dessas três áreas, os municípios são classificados em quatro níveis: Violeta (Alto), Azul (Médio Alto), Verde (Médio Baixo) e Laranja (Baixo).
A aplicação do índice revela que, embora existam investimentos públicos na área, a efetividade das ações ainda é limitada em grande parte do estado. Apenas 2,46% dos municípios mineiros atingiram o nível Violeta — o mais alto — com desempenho equilibrado nas três dimensões e uma média geral de 64,37, bem acima da média estadual de 50 pontos.
Por outro lado, a maioria das cidades está em níveis mais baixos. Barbacena, por exemplo, está entre os 423 municípios classificados no Grupo Verde, o penúltimo nível. Este grupo mostra avanços em áreas como alimentação e desenvolvimento pedagógico infantil, com presença de profissionais especializados e materiais adequados. Também apresenta boa cobertura da Atenção Primária à Saúde (APS) e baixa mortalidade materna, o que indica um sistema de saúde mais eficiente.
No entanto, ainda há desafios importantes, como o número significativo de nascimentos com ausência paterna registrada, o que reforça a necessidade de políticas públicas que estimulem a presença do pai e o fortalecimento das famílias como um todo.