Com a chegada do outono e as variações bruscas de temperatura ao longo do dia, aumenta a preocupação com o avanço das doenças respiratórias. Segundo o infectologista Herbert Fernandes, o período de amplitude térmica — com dias quentes e noites frias — combinado à baixa umidade do ar, favorece o ressecamento das mucosas do nariz e da garganta, deixando o corpo mais vulnerável a vírus e alérgenos. Essa condição facilita a ocorrência de sintomas como coriza, congestão nasal, tosse, dor de garganta, dores de cabeça e, em alguns casos, sinusite.
O especialista alerta que o frio não é o causador direto das doenças, mas sim as condições que ele gera: maior permanência em ambientes fechados, janelas e portas trancadas, além da aglomeração de pessoas. Isso aumenta a transmissão de vírus respiratórios como a influenza, a covid-19, o rinovírus e o vírus sincicial respiratório (VSR), que se espalham principalmente por meio de secreções liberadas ao falar, tossir, cantar ou até ao beijar.
Outro fator importante é a maior suscetibilidade de pessoas com doenças crônicas, especialmente aquelas com problemas pulmonares como asma e DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica). Essas pessoas já têm o sistema respiratório comprometido e, portanto, estão mais propensas a desenvolver quadros graves durante esse período.
A principal forma de prevenção continua sendo a vacinação. De acordo com Herbert Fernandes, as vacinas contra a gripe (influenza) e a covid-19 estão disponíveis na rede pública, mas a cobertura ainda está baixa, mesmo com o reforço de ações como o vacimóvel e campanhas nas unidades de saúde e em espaços públicos.
O infectologista reforça que a vacinação é uma medida altamente eficaz para evitar casos graves e reduzir a sobrecarga nos hospitais, que já enfrentam aumento na demanda por atendimentos