Dados da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) revelam que nos últimos dois anos, foram registradas em torno de 14 mil hospitalizações no Sistema Único de Saúde (SUS) de crianças e adolescentes decorrentes de acidentes com queimaduras. Em 2022, foram 6.924 casos e, em 2023, 6.981. Em média, o SUS registra cerca de 20 hospitalizações diárias por queimaduras na faixa etária de zero a 19 anos, em levantamento que abrangeu somente os casos graves, com indicação de acompanhamento hospitalar.
Em Barbacena, de acordo com dados levantados junto a Secretaria Municipal de Saúde (Sesap), entre os anos de 2021 até os três primeiros meses de 2024, foram registradas 112 internações por queimaduras na cidade, deste número, 8,92% correspondem a faixa etária de zero a quatro anos de idade, sendo que a maioria dos casos está ligada a faixa etária que vai dos 15 aos 49 anos, com 65 ocorrências, ou seja, 57,14%.
No Brasil, de acordo com a SBP, o ranking de internações por queimaduras nos estados é liderado pelo Paraná, com 1.730 registros, seguido por São Paulo (1.709), Bahia (1.572), Rio de Janeiro (1.126) e Minas Gerais (1.006).
Ainda segundo a SBP, as queimaduras costumam acontecer em crianças pequenas, na maioria dos casos, como consequência do descuido dos adultos, por isso a vigilância constante dos pais e responsáveis é indispensável diante de várias situações no dia a dia que podem representar risco.
Dados recentes do Ministério da Saúde (MS) apontaram os altos números de hospitalização de crianças em 2021 devido ao contato com fonte de calor e substâncias quentes, especialmente entre um e quatro anos de idade, que corresponde a 62% dos casos referentes à faixa etária de 0-19 anos. Cerca de 23% dos óbitos devido a queimaduras no mesmo ano aconteceram nesta mesma faixa etária, sendo, portanto, fundamental o alerta que a maior parte das queimaduras pediátricas acontece em crianças de até quatro anos de idade e são decorrentes de acidentes domésticos
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As queimaduras são causas frequentes de internação hospitalar na faixa etária pediátrica, de tratamento longo e doloroso, com grande possibilidade de complicações. Leva, muitas vezes, à necessidade de hospitalização prolongada, com risco de deixar sequelas estéticas, funcionais e na esfera psicológica e, sobretudo, risco de morte.
Com informações da Agência Brasil / Sociedade Brasileira de Pediatria.