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Censo 2022 identifica mais de 1300 pessoas diagnosticadas com autismo em Barbacena

O Censo Demográfico 2022, divulgado pelo IBGE, apontou que o Brasil tem cerca de 2,4 milhões de pessoas diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), representando 1,2% da população. A prevalência é maior entre os homens (1,5%) do que entre as mulheres (0,9%). Entre os grupos etários, a maior concentração está na faixa de 5 a 9 anos, com 2,6%. Em Barbacena, foram identificadas 1.345 pessoas com diagnóstico de TEA, sendo 833 homens (61,1%) e 511 mulheres (37,9%), refletindo a tendência nacional. Na cidade, a faixa etária com maior incidência é de 0 a 4 anos, com 17,2% dos casos, seguida pelas faixas de 5 a 9 anos (16,2%), 10 a 14 anos (7,2%) e 35 a 39 anos (7,06%).

O grupo com maior percentual dentro da população local é o de meninos de 0 a 4 anos: 22,6% da população masculina nessa faixa, totalizando 189 indivíduos. Entre as meninas dessa mesma faixa etária, foram identificadas 44 com TEA, o que representa 3,27%. Já entre o público feminino, a faixa de 5 a 9 anos concentra a maior quantidade de diagnósticos, com 99 casos. A prevalência entre homens se manteve superior até os 24 anos, mas nas faixas de 25 a 29 e de 40 a 54 anos, as mulheres apresentaram ligeira predominância nos diagnósticos.

A neuropsicóloga Valeska Magierek destaca que o autismo tende a ser mais evidente em meninos, com sinais que surgem mais precocemente. Já em meninas, características podem ser mascaradas por estratégias comportamentais, o que dificulta o diagnóstico, principalmente por profissionais menos experientes. Segundo ela, isso pode levar a casos subdiagnosticados ou erroneamente diagnosticados entre o público feminino, o que impacta a análise estatística. Valeska ainda ressalta que o número de diagnósticos em crianças é maior porque, atualmente, há melhores instrumentos de avaliação. Ela aponta que cresce a procura por diagnósticos tardios, por adultos e idosos que se reconhecem no espectro a partir de experiências pessoais ou familiares. A especialista também reforça que o avanço na formação de profissionais e no acesso à informação tem contribuído para ampliar e qualificar os diagnósticos e o manejo do TEA.

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