A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quarta-feira (17) a Operação Rejeito, voltada a desarticular um esquema de mineração ilegal em Minas Gerais. Segundo as investigações, empresários, lobistas e agentes públicos atuavam juntos para aprovar projetos irregulares e explorar minério em áreas de preservação ambiental. Até o momento, 15 pessoas foram presas preventivamente, e a Justiça determinou o bloqueio de bens do grupo, estimados em até R$ 1,5 bilhão.
Entre os alvos está Rodrigo de Melo Teixeira, natural de Barbacena, ex-superintendente da PF em Minas Gerais e atualmente diretor de Administração e Finanças do Serviço Geológico do Brasil. Formado em Direito pela UFMG, Rodrigo ocupou diversas posições de liderança na PF e também na segurança pública do estado, incluindo funções de secretário adjunto e presidente da Fundação Estadual do Meio Ambiente.
As investigações apontam que Rodrigo teria atuado como administrador oculto de uma empresa de mineração, mantendo negócios com outros alvos do esquema enquanto exercia cargos de direção na PF. O grupo criminoso utilizava mais de 60 empresas de fachada para lavar dinheiro, pagar propinas e garantir a concessão de licenças ambientais irregulares.
A megaoperação cumpriu 79 mandados de busca e apreensão e 22 de prisão preventiva, em Belo Horizonte, Nova Lima e outras cidades, além de um apartamento em Maceió. O principal alvo é Alan Cavalcante do Nascimento, apontado como líder da organização, responsável pelas decisões estratégicas, movimentações financeiras e articulações com servidores públicos. A investigação aponta que o esquema poderia gerar lucros bilionários, colocando em risco áreas de preservação ambiental no estado.
Com informações de Itatiaia
Crédito da foto: Geraldo Majela / Agência Brasil