A obesidade tem se tornado um problema cada vez mais frequente entre as crianças. Segundo a médica nutróloga Andrea Amaral, essa doença é considerada uma epidemia em todo o mundo, além de um grave problema de saúde pública. “Uma a cada 3 crianças entre 5 e 9 anos estão com excesso de peso e 8 a cada 10 adolescentes vão se tornar um obeso adulto”, destaca a médica.
De acordo com Andrea, a obesidade infantil é uma doença crônica caracterizada pelo acúmulo de gordura em crianças até 12 anos. “Esse acúmulo é responsável por uma série de doenças, como hipertensão, diabetes e até problemas de ordem emocional, levando a uma baixa estima. E o principal problema é que as crianças ficam expostas a esse excesso de gordura desde muito cedo, aumentando o risco dessas complicações e levando a uma baixa expectativa de vida”.
O diagnóstico de obesidade infantil é feito de acordo com tabelas que levam em conta o Índice de Massa Corporal (IMC) conforme a idade, o peso de acordo com a idade, além da altura conforme a idade. “É importante ter consultas regulares com pediatras, porque, geralmente, são eles que identificam esse risco de a criança desenvolver excesso de peso e encaminham para um atendimento especializado”, esclarece Andrea.
Para a médica, a obesidade infantil é multifatorial e, dentre as causas, estão a genética, o ambiente em que a criança está inserida, fatores hormonais e alterações da flora intestinal. “Mas os principais fatores são os hábitos alimentares incorretos e o sedentarismo. Outro problema é a redução da qualidade do sono, o que leva à alteração de hormônios. E não podemos esquecer das causas psicológicas, como ansiedade e depressão”, disse a nutróloga.
Como a obesidade é uma doença complexa, o tratamento também é complexo. “Muitas vezes, ele envolve uma equipe de vários profissionais. O tratamento é baseado na correção das causas, com mudanças nos hábitos alimentares, combate ao sedentarismo, estímulo a um sono de qualidade e acompanhamento psicológico. Uma criança obesa tem 80% de chance de ser um adulto obeso, por isso, é imporante focar em mudanças duradouras”, conclui.
Imagem: Cedlab